Por Guilherme Gomes
Death note é um dos mangás/animes (não o filmeda Netflix!) mais bem escritos já feitos. Na trama original, o estudante, extremamente inteligente, Light Yagami, encontra um caderno jogado na terra pelo shinigami Ryuk (um deus da morte), que estava entediado. O caderno tinha a capacidade de matar as pessoas quando seu nome é escrito nele. Com esse poder, Ligth, que tinha um senso de justiça distorcido, decide purificar o mundo eliminando as pessoas que ele considerava más. A obra logo vira um jogo de caça e caçador quando um também superdotado detetive, chamado apenas de “L”, decide investigar e prender esse assassino de dezenas de pessoas que ficou conhecido popularmente como “Kira” (assassino em japonês).
Death Note se tornou extremamente bem-sucedido em prender a atenção da audiência com diálogos marcantes e muita tensão, tanto na investigação quanto nos planos e estratégias de Ligth para não ser descoberto ao continuar matando as pessoas, tornando-se, assim, um clássico moderno.
Depois de todo esse sucesso, os fãs sempre se perguntavam quando iria acontecer uma sequência para a história. Pois bem, esse dia chegou, mesmo que de forma reduzida. Foi lançado, em 4 de fevereiro de 2020, gratuitamente e online, um one-shot (lançamento de um único volume) que mostra como Ryuk continua sem ter nada para fazer e buscando algum humano para poder alimentar seu vício em maçãs. Desta vez, ele não descarta o seu caderno de forma aleatória, agora ele busca algum jovem que seja inteligente como seu antigo “parceiro”, sabendo que essa característica poderia tornar as cosias mais interessantes de acompanhar.
O death note então é dado ao jovem Minoru Tanaka, que não é muito bom nas notas como Light, mas é muito bom com lógica e estatísticas. Ao receber o caderno, ele logo apresenta para o leitor como o mundo está após os acontecimentos de 10 anos atrás, com os feitos de Kira, e como os métodos utilizados por ele seriam inúteis atualmente. É aí que as coisas ficam interessantes e onde a obra mais se destaca. Logo começam as estratégias para pôr em prática o novo plano e não ser descoberto, tendo o retorno de personagens marcantes da obra original, incluindo Near, que aparece bem mais velho.
Ao passar das páginas, é possível notar a imersão nesse universo que se consagrou pelos diálogos e planos bem bolados, que retorna muito bem nesse one-shot, fazendo o leitor ficar apreensivo se tudo o que foi apresentado vai dar certo ou não. Apesar de todas as qualidades que retornam, essa é uma obra bem mais “soft”, quando comparada com a história original, tendo um plano original concreto, porém sendo executado de forma fácil demais, com Ryuk e Near tomando atitudes que não necessariamente condizem com a última vez que os vimos, mais de dez anos trás. O protagonista da vez não possui o carisma de Ligth, mesmo suas motivações sendo totalmente diferentes, e se torna mais um catalizador da narrativa do que seu núcleo, que é facilmente ocupado por Ryuk desta vez.
O one-shot de Death Note é, seguramente, uma boa forma de voltar no tempo e reviver, nem que por poucas páginas, a sensação de ler uma história estilizada e envolvedora, ficando longe de alcançar o espirito completo da obra original, mas trazendo boas memórias para os que acompanharam a obra ao longo dos anos.
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